VENENO CONTRA VENENO
Tomadas,e a quantidade, podem também torna-se inoperantes. Aguisa do que sucede com as vacinas, o organismo
pode criar antitoxinas para certas drogas, após aplicações reiteradas, podendo
essas drogas, em virtude da presença de anticorpos, ser neutralizadas quando ingeridas,
tornando-se, assim, inútil o seu uso. É, por exemplo, muito difundido o hábito
de usar preparados à base de sulfas, penicilina, e outras drogas, para tratar
muitas doenças, mesmo muitas sobre as quais esses medicamentos não têm ação. E
como os mesmos, muitas vezes, não acarretam perigos visíveis e imediatos ao
organismo, dão margem a que o povo os use a três por dois. Esses medicamentos,
porém, tomados repetidamente, em pequenas doses, podem, segundo as
circunstâncias, promover a "tolerância medicamentosa". Determinam,
assim, no organismo, um estado de tolerância que os torna inoperantes mesmo
contra doenças de que são específicos. Mas, ainda que inúteis para estas
enfermidades, trazem prejuízos que, mais tarde, poderão manifestar-se em várias
formas de doença. As sulfanilamidas produzem várias reações tóxicas,
prejudiciais, e, às vezes, fatais. São venenosas para os invasores
estreptocócicos, não há dúvida, mas são também venenosas para o organismo. E
que acontece quando o paciente vê que a droga não lhe faz o esperado efeito
curativo? Toma doses maiores, sem suspeitar que o medicamento que deveria
trazer-lhe saúde, lhe está arruinando o organismo. Repetidas doses maiores
podem acarretar graves intoxicações ou alguma doença secundária. Quando as
drogas não são causa direta de certas enfermidades, poderem causa indireta. Determinados,
órgãos, sendo afetados pelos venenos, não desempenha, fielmente seu dever, e,
em consequência, prejudicam o bom, funcionamento de outros órgãos que dependem
da ação daqueles. Aparecem muitos distúrbios cuja causa real é poucas vezes
suspeitada. Quem pode negar que as doenças cardíacas, as doenças mentais, e
outros males que flagelam a geração atual, e que nunca assumiram tamanhas proporções
como no presente século, sejam, em boa parte, devidas ao tão generalizado uso
de drogas venenosas? O uso de drogas é assaz generalizado entre o povo.
Principalmente os medicamentos de ação analgésica, ou seja, os que acalmam
dores, são dos mais usados. Inúmeras pessoas os têm em casa, de reserva.
Levam-nos consigo ao saírem. São tão comuns os analgésicos que muitos os acham
tão necessários como uma caixa de fósforos. São-nos oferecidos na farmácia,
como troco, quando vamos comprar alguma coisa. Muitas pessoas ingerem constantemente
comprimidos de ação analgésica, dos inumeráveis que abundam nas farmácias.
Sentindo qualquer dor, branda ou forte, ingerem imediatamente a droga, sem
saberem que estão alimentando um vício altamente prejudicial e perigoso para a
saúde. Esquecem-se essas pessoas de que a dor não aparece por si mesma, mas que
resulta, de alguma coisa que não vai bem no organismo. A dor é os sintomas
apenas um sintoma da doença. E não devemos combater, mas sim a causa, por sua vez,
não pode ser combatida por meios de sedativos. É, por tanto, um erro usar
drogas analgésicas a torto e a direito, pois podem facilmente ocasionar sérios
distúrbios orgânicos, como intoxicação e lesões em órgãos importantes (fígado,
rins), afecção do sistema e acúmulo de trabalho para o coração. As drogas nunca
deixam de ser prejudiciais. "Edward M. Blecher, nos Estados Unidos, faz referências a trabalhos de alguns autores acerca da redução de glóbulos brancos do sangue causada pela ingestão reiterada de certas substâncias amino purínicas, entre as quais se destaca o piramido, que, segundo esses autores, chegou a baixar para 400 a taxa daqueles elementos sanguíneos, que no normal é de 5 a 8 mil por milímetro cúbico de sangue. Tratava-se de pacientes que trabalhavam em indústrias farmacêuticas e que tinham grande facilidade na obtenção do piramido". — SPES, de S. Paulo. O uso imediato de medicamentos analgésicos ou antifebris, em muitos casos, dificulta o diagnóstico do médico, pois a eliminação desses elementos poderá mascarar os sintomas habituais da doença, cuja causa continua a agir na intimidade do organismo, pela falta de tratamento acertado desde seu início. O organismo humano, em geral, sabe defender-se contra a doença, repelindo os inimigos causadores da mesma. Não devemos, por isso, subestimar sua força de resistência natural, procurando erroneamente reforçá-la com drogas medicamentosas. Os glóbulos brancos do sangue, chamados leucócitos, e outros elementos do sistema retículo-endotelial, bem como os humores, são os defensores naturais do organismo humano
POSTAGEM EMERSON SILVA


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